Foi naquela fração de segundo. Ela não estava esperando. A surpresa lhe tomou o momento, os batimentos aceleraram por um segundo e no segundo seguinte tudo tinha acabado. Parecia não ter acontecido, mas ela ainda podia sentir os lábios nos seus. Mas que sensação era aquela? Ela não teria imaginado que fosse acontecer isso entre eles... Ela nem mesmo conseguia distinguir se fora um acidente, ou se ele arquitetou aquilo.
Sua face corada denunciava o constrangimento. Era engraçado e ao mesmo tempo trágico que ela não sabia se quer como responder ao momento. Estava na hora de ir para casa e ela procuraria lidar com isso na próxima vez que o visse, ou talvez ela não lidasse...
Mas o que realmente aconteceu? Ela se perguntava a cada passo demorado de volta para casa. Pousou os dedos nos lábios e sentiu novamente os lábios dele, a pressão rápida, a macies... Estava tudo ali, fresco em sua memoria, seu corpo lembrava cada reação e reproduzia novamente, trazendo um frio em seu estomago.
As buzinas e sons noturnos passavam despercebidos a ela, tudo que ela queria era tentar descobrir se tudo fora um simples engano, um encontro de faces e lábios que não deveria ter acontecido, ou se ele quisera isso.
Mas e se ele a tivesse roubado? Se ele tivesse tirado vantagem de sua distração para provar-lhe os lábios? E ao pensar nisso um novo frio no estomago lhe atingiu... E se... Ela se perguntava.
Ela pousou a mão na maçaneta.
Ahhh por favor, garota! Você já tem 20 anos! Não deve dar tanta importância para um selinho roubado...
Disse a si mesma entrando em casa.
A magia de um beijo roubado não tem idade. O sabor do inesperado toma a todos que deliciam esse momento.
(...)
A magia de um beijo roubado não tem idade. O sabor do inesperado toma a todos que deliciam esse momento.
Lembro que quando era mais nova, beijo já não era tão magico como deveria ser. Mesmo na adolescência, era mais encarado na versão sexual que na versão amorosa. O beijo não era o reflexo de um sentimento estranho que estava nascendo, era mais uma coisa que fazíamos enquanto brincávamos de crescer... Mas agora ele esta mais presente, importante, e com mais significado. Se antes brincávamos de beijar, hoje aprendemos o que ele realmente é.
Talvez conhecer o beijo sem magia muito cedo, nos faz perder a oportunidade de dar a importância a cada beijo dada nessa nova vida de adulto.
Antes um beijo roubado para um adolescente que estava descobrindo o mundo era um grande acontecimento. Significava que alguém gostava dele ou dela, que ele ou ela de alguma forma era especial, e a magia do “acidente” tornava tudo um quebra cabeças perfeito.
Talvez tenhamos nos esquecido de sentir esses detalhes, nos tornamos tão profissionais na brincadeira de beijar que esquecemos todas as regras e simplesmente jogamos os dados ao vento.
Então talvez devêssemos esquecer que agora somos adultos e nos permitir beijar como adolescentes.
Muito bom e muito bem escrito! Parabéns!
ResponderExcluirGK
Muito obrigada! =)
ResponderExcluirTinha que ser minha amiga pára escrever isso! Fera demais !
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