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segunda-feira, dezembro 10, 2012

Ahh... Provas

Só me restavam cinco minutos. Confiro mais uma vez cada marca que tinha feito. Era isso... Não havia mais volta. Largo a caneta e me dou por vencida. O que tinha que ser será. Calculo novamente quantas eu tinha certeza de que estavam certas, depois calculo as que talvez estivessem certas e por fim, as que eu sabia que estavam erradas. Não fazia muito sentido, se estavam erradas, como posso entregar desse jeito? Simples, eu não sei as respostas.
Levanto-me da minha carteira, passando a mochila no ombro. A sala já estava quase vazia, com cerca de dez alunos desesperados jogando todas as suas chances nos segundos restantes. Não sou a única com problemas penso.
Entrego a prova ao professor e lanço um olhar esperançoso... Espero que ele tenha pena de mim suplico em meu interior. A sensação de derrota é inevitável e ao sair da sala e sinto-a me dominando.
Acho que dessa eu não passo murmuro para minha amiga no corredor... Já era! Eu reprovei.
Dizer as palavras torna a idéia ainda mais insuportável. Isso não era justo. Como uma simples seleção de perguntas pode dizer se eu aprendi e aproveitei aquele ano? E um simples risco certo ou errado dirá se terei que refazer tudo novamente?
Há quantos anos sou avaliada através desses testes? Há muitos... Estou estudando a maior parte da minha vida e sendo avaliada desse modo... Mas nunca pareceu tão injusto e nunca tive tanto medo como agora. É muito sufocante.
Vejo meus amigos no corredor, todos com calculadoras nas mãos, calculando de quantos acertos precisavam e de quantos décimos de pontos precisariam. Eu já havia feito tudo isso, suspiro... E as notícias não eram boas.
Eu queria chorar por um momento, mas me obrigo a ser forte e tento ser esperançosa... Talvez as questões de “talvez estejam certas” estejam realmente certas. Meu coração se acalma um pouco, mas agora o aperto é pelo aguardo da resposta. Como conseguir esperar uma resposta tão importante? A ansiedade me domina...
Os dias se passam e tento levar minha vida, me preocupando com mais provas que terei, e coisas a ser feita. Não consigo parar de atualizar o site onde serão lançadas as notas. É agonizante e tento não deixar meu desespero acabar com minhas esperanças.
Foi então que numa tarde, após meu horário de almoço, ao atualizar a pagina pela qüinquagésima vez, que vejo aqueles números tão esperados. Corro meus dedos pela calculadora, não agüento os segundos que levo para ter a resposta, e então meu coração se alivia... Pela enorme quantia de 0,15 consigo aprovação.
Estou livre... Penso, sem me lembrar que tenho mais sete provas pela frente.
(...)
Todo ano (ou todo semestre em alguns casos) passamos por esse desespero, e ainda sim não nos acostumando com ele. Ele não deixa de ser mais fácil, mais tolerável, e não importa o quão bom somos sempre temos alguma matéria em que perdemos a confiança, aquela que sabemos que não fomos bons o suficiente, ou não nos esforçamos. Tentamos culpar a dinâmica dos professores, acontecimentos pessoais que ocorreram durante o ano, ou a qualquer catástrofe que soubermos, mas talvez, seja só nós mesmos nos recusando a aprender, ou um assunto que temos dificuldade, um professor que não gostamos... Tudo pode te empurrar do precipício e te prejudicar, mas você é que decide se vai jogar a bandeira.
Podemos não ir bem, ou não ter facilidade com aquilo, mas não podemos desistir. A reprovação está ai, todo o fim de ano e de semestre. Medo? Claro! Quem não a teme que atire o primeiro lápis!
Mas sabe de uma coisa? A reprovação pode ser uma chance de mostrar que você pode fazer melhor.
Não se puna, ou lamente. O que já aconteceu... Aconteceu. Você não pode refazer aquelas provas, mas pode se empenhar nas próximas vezes.
Não podemos ter uma segunda chance em tudo na vida, então vamos aproveitar essa segunda chance que estamos sendo forçados a ter.

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