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quinta-feira, fevereiro 27, 2014

Vlog | Tudo sobre meu processo

E saiu o primeiro video do canal!

Conto tudo sobre meu processo de Au Pair até o tão sonhado Match!

Aperta o Play!


sexta-feira, fevereiro 14, 2014

Au Pair | Minha carta para o Application


Acredito que todo tempo que passei vagando pelos grupos do face e blogs até dar entrada no processo, me deram uma boa ideia do tipo de perfil que eu faria para meu Application.

Não reclamo do fluxo de famílias no perfil. Em todas as entrevistas deixei claro que eu tinha noção da responsabilidade desse programa. Minha carta passa exatamente a mesma ideia.

Carta




Cara Host family, meu nome é Daiane, tenho 20 anos, sou solteira e moro em São Paulo - Brasil. São Paulo é uma das maiores metrópoles do mundo, com 11,32 milhões de habitantes, um transito caótico e muitas opções de entretenimento. É conhecida como a cidade que nunca dorme. São Paulo é uma cidade incrível! Minha mãe tem 39 anos, trabalha como faxineira, é uma pessoa esforçada e mãe solteira, por isso, sempre ajudei a cuidar da minha irmã mais nova. Minha irmã tem 7 anos agora, ela é uma criança adorável, esperta, ativa, criativa, gosta de desenhar e adora animais. Eu cuido dela desde que nasceu e participei de cada fase de sua infância. 


Dear host family, my name is Daiane, I am 20 years old, single, and live in São Paulo – Brazil.  São Paulo is one of the largest metropolises in the world, with 11.32 million inhabitants, a chaotic traffic, and many entertainment options.  It is known as the city that never sleeps.  São Paulo is an incredible city!  My mom is 39 years old, and works as a house cleaner.  She is a hardworking single mom, and because of this I always helped her to take care of my younger sister.  My sister is seven years old now; she is an adorable child, smart, active, creative, likes to draw, and loves animals.  I have taken care of her since she was born, and I participated in every step of her childhood.



Sei que vocês estão em um momento muito importante, à procura da pessoa que vai cuidar da coisa mais importante desse mundo – seus filhos. Imagino o quão difícil tem sido encontrar alguém que mais se encaixe em sua família, que vai amar e cuidar deles por vocês e vai assegurar que eles cresçam em segurança e feliz. Quando pais confiam seus filhos à outra pessoa, querem ter certeza de que ela estará atenta, que não vai tirar os olhos deles e vai fazer o melhor para suas crianças. Tenho plena ciência da importância desse programa, e da imensa responsabilidade que uma Au Pair adquire sendo responsável por outra pessoa, pelo seu desenvolvimento seguro e saudável e estar preparada para situações que venham a acontecer. Cuidar de crianças é uma atividade que exige dedicação e atenção. 


I know that you are in a very important moment right now, looking for the person that is going to take care of the most important thing in this world – your children.  I imagine how hard it has been to find someone that fits well with your family; that will love and take care of them for you, and ensure that they grow safely and happily.  When parents trust someone with their children they want to be sure that this person will be alert, will always have her eyes on them, and do the best for them.  I am fully aware of the importance of this program, and of the immense responsibility that falls to an Au Pair who is responsible for another person’s healthy development, and has to be prepared for any situation that may come to happen.  To take care of a child is an errand that requires dedication and attention. 



Quando comecei meu processo de Au Pair, decidi que precisava estar o mais preparada, então procurei aprimorar e me preparar o melhor possível. Fiz cursos de combate a incêndio, primeiros socorros, cuidados com bebes, aulas de natação e sai da casa da minha mãe para morar com a família de uma amiga em agosto de 2013. Morar com outra família que não é a minha tem sido uma experiência enriquecedora e me fez crescer muito como pessoa. Aprendi sobre como é viver em uma casa que não é sua, com pessoas que não são sua família, a me adaptar as regras da casa e a respeitar o espaço das outras pessoas.


When I started the Au Pair process I realized that I had to be better prepared, and tried to improve my skills.  I took courses in firefighter, first aid, baby care, and swimming.  I also left my mom’s house to live with my friend’s family in August of 2013.   Living with a family that is not my own has been a very enriching experience and made me grow a lot as a person.  I learned how to live in a house that is not yours, with people that are not your family, and how to adapt to the norms of the house and respect the space of others.



Sempre fui pessoa muito criativa, gosto de desenhar, pintar, decorar, corte, colagem e de todo tipo de arte. Adoro inventar historias com minha irmã, ou mesmo criar uma historia para ela antes de dormir. Já escrevi 3 livros sobre drama e romance e tenho centenas de desenhos na minha pagina na internet. Sou muito extrovertida e faço amizades facilmente. Amo cozinhar, um dos meus passatempos prediletos, gosto de fazer receitas diferentes e sempre aprender um pra to novo, adoro fazer pratos saudáveis, pois me preocupo muita com alimentação correta. Adoro praticar esportes e fazer atividades físicas, freqüento academia, faço aulas de natação e de dança. Adoro nadar ou apenas estar na água. Sou muito curiosa, adoro aprender coisas novas, então sempre estou pesquisando coisas ou lendo, gosto de descobrir como as coisas funcionam ou curiosidades. Sou muito paciente e carinhosa, principalmente quando é sobre crianças. Sou muito adaptável, gosto de mudanças e lido bem com elas. No meu tempo livre gosto de passear, visitar museus e parques, ler, escrever, desenhar, fazer atividades físicas, assistir filmes e series e ficar em casa com amigos/família e cozinhar para eles. 


I have always been a very creative person.  I like to draw, paint, decorate, and every type of art.  I love to create stories for my sister, and tell them to her before she goes to sleep.  I have written three drama/romance books, and have hundreds of drawings up online on my webpage.  I have a very outgoing personality and make friends easily.  I love to cook; it is one of my favorite hobbies.  I like to try out different recipes and learn how to make new dishes.  I also enjoy making healthy meals because I think it is important to have a healthy diet.  I love to do sports and other physical activities.  I go to the gym, take swimming classes, and dance.  I really like to swim or just be in the water.   I am a very curious person, and enjoy learning new things.  I always research or read about different things because I like to find out how they work.  I am very patient and kind, especially with children.  I adapt easily, like new changes, and deal well with them.  On my free time I enjoy walking, visiting museums and parks, reading, writing, drawing, doing physical activities, watching movies and TV shows, and staying at home with friends/family cooking for them.



Sempre gostei de estudar. Estudo inglês a cerca de 2 anos e sou apaixonada por essa língua, adoro conversar em inglês. Estudo administração de empresas e trabalho em uma multinacional. Estudar Administração me ajudou muito a ser mais organizada, aprendi a me programar e seguir rotinas de trabalho, a planejar, controlar e trabalhar com datas, atividades e horários. Atualmente sou recepcionista bilíngüe, onde tenho que usar o inglês diariamente e tenho contato com pessoas do mundo inteiro. Sou fascinada por conhecer novas culturas e seus costumes. Amo viajar e conhecer um lugar novo, pessoas novas e novas amizades. Ano passado eu tive a oportunidade de visitar as Cataratas do Iguaçu, Argentina e o Paraguai e foi uma experiência maravilhosa. 


I have always liked to study.  I study English for about two years and I love this language.  I like to talk in English.  I study business administration and work at a multinational company.  Studying business administration helped me a lot with being more organized.  I learned how to follow work schedules, and how to work with dates, activities, and meetings.  Currently I am a bilingual receptionist, have to speak English daily and interact with people all over the world.  I am fascinated with different cultures and customs.  I love to travel and see new places, different people, and make new friends.  Last year I had the opportunity of visiting the Iguaçu waterfalls, Argentina, and Paraguay.  It was an amazing experience.



Escolhi o programa de Au Pair, pois ele possibilita essa convivência diária com uma família americana e eu ainda poderia fazer parte do desenvolvimento de uma criança, ensinando e compartilhando sobre minha cultura enquanto aprendo coisas novas. Morar em outro país vai me ajudar a crescer e abrir minha mente e eu sei que será uma experiência enriquecedora. Estou muito entusiasmada com essa nova jornada. Tenho a sorte de ter muito apoio da minha família e dos meus amigos para realizar esse sonho.


I chose the Au Pair program because it gives me the opportunity to live daily with an American family, and the chance to be a part of a child’s development, sharing my culture while I learn new things.  To live in another country will help me grow and open my mind; I know it will be an enriching experience.  I am very excited with this new journey.  I am lucky to have the support of family and friends to make this dream come true.



Aprendi a dirigir com 19 anos na escola de direção e adoro dirigir. Sei o quanto é importante uma direção responsável e segura, principalmente ao dirigir crianças. É preciso atenção redobrada ao ter crianças no carro, pois elas são imprevisíveis. Procuro dirigir regularmente e desde que comecei o programa de Au Pair, tenho feito aulas particulares aos fins de semana e dirigido nos mais diversos tipos de estradas e ruas. Sou uma condutora segura, calma e atenta.


I learned how to drive when I was 19 years old at a driving school, and I love to drive.  I know how important it is to drive responsibly and safely, especially while driving children.  It requires double the attention when driving with children in the car because they are unpredictable.  I try to drive regularly.  Ever since starting the Au Pair program I have taken private classes on weekends and driven on several roads and highways.  I am a safe driver, calm and attentive.



Minha irmã Daniela foi com certeza minha maior experiência. Quando ela nasceu eu tinha 13 anos. Minha mãe voltou a trabalhar quando ela tinha cerca de 2 meses e eu cuidava dela tempo integral a semana toda. Foi uma grande responsabilidade e um grande aprendizado, eu estava com ela nas primeiras palavras, primeira refeição, primeiros passos e a cada nova descoberta. Eu era completamente responsável por ela, por sua alimentação, para colocar pra dormir, dar banho, ensinar a escovar os dentes, trocar a fralda e controlar seus horários. Hoje temos uma relação muito próxima e amorosa, gosto de servir de exemplo para ela, ajudar com a lição de casa, lemos livros juntas, desenhamos, colorimos e brincamos. 


My sister Daniela was for sure my biggest experience.  When she was born I was 13 years old.  My mom went back to work when Daniela was around two months old, and I took care of her fulltime during the whole week.  It was a lot of responsibility and a great learning experience.  I was with her when she said the first words, ate the first meals, took the first steps, and in several other first discoveries.  I was completely responsible for her, for feeding her, putting her to sleep, bathing her, teaching her how to brush her teeth, changing dippers and taking care of her schedule.  Today we have a very close and lovely relationship.  I like to be an example for her, help her with homework, read books, draw, paint, and play together.



Minha tia sempre foi ao mesmo tempo minha vizinha, então eu sempre a ajudei desde o primeiro filho. Wanderson é o mais velho, eu tinha 7 anos quando ele nasceu (hoje ele tem 13), mesmo muito nova eu já pedia ele para dormir em casa, para ajudar a cuidar dele, hoje ele é um adolescente, nos conversamos sobre tecnologia, sobre a escola, sobre vídeo game, gostamos de jogar juntos, ele é um garoto calmo e muito esperto. Graciele e Natiele são as meninas da casa, hoje elas tem 10 e 9 anos e são minhas princesas, sempre ajudo a arrumar o cabelo, pintar as unhas e desenhar, elas e minha irmã são grandes amigas então estamos frequentemente juntas, brincando no quintal, com bola, pulando corda e com brincadeiras que eu brincava quando era pequena como esconde-esconde, rouba bandeira, elefante colorido e outras e as vezes eu tento ensinar algumas frases em inglês para elas. Wallysson tem 2 aninhos, parece que foi ontem que ele nasceu! Ele é muito agitado e ta sempre pulando, me divirto muito quando estou cuidando dele, eu o ajudo com as palavras novas que ele esta aprendendo e a ir ao banheiro sozinho, gosto de fazer jogos que estimulem a coordenação motora dele e é incrível ver como ele aprende rápido, tenho ficado muito com ele para que minha tia cuide do mais novo. Tallys é o mais novo bebe da família, tem só 2 meses, cuidar de recém nascido exige muita atenção, principalmente no caso dele que tem problema com refluxo, eu ajudo em tudo em relação a ele, na troca de fraldas, banho, mamadeira e colocar para dormir.


My aunt was always my neighbor, and I helped her ever since her first child was born.  Wanderson is the oldest.  I was seven years old when he was born.  Today he is 13 years old.  Even when I was young I used to ask to have him sleep at my house so I could take care of him.  Today he is a teenager, and we talk about technology, school, and video games.  We like to play together; he is a calm and very smart boy.  Graciele and Natiele are the girls of the house.  Today they are ten and nine years old and are my little princesses.  I always help them with making their hair, and doing/drawing their nails.  My sister and they are always together playing at the backyard with balls, jumping ropes, and with games that I used to play as a child such as hide-and-seek, tag, and others.  Sometimes I try to teach them some words in English.  Wallysson is only two years old.  It seems like it was yesterday when he was born!  He is very energetic and is always jumping.  I have a lot of fun taking care of him.  I help him with new words that he learns and teach him how to go alone to the bathroom.  I like to create games that stimulate his motor coordination, and it is incredible to see how quickly he learns.  I spend a lot of time with him so my aunt can take care of the youngest.  Tallys is the new baby in the family; he is only two months old.  Taking care of a first born requires a lot of attention, especially in his case because he has reflux problems.  I help in changing his dippers, giving him a bath, giving him baby bottles, and putting him to sleep.



10º

Essas são minhas principais experiências, as que posso usar no application, mas sempre ajudo vizinhos e amigos próximos quando precisam de alguém, sou animadora nas festas de família, pintando rostos e coordenando a brincadeira na festa, entreto as amigas da minha irmã quando vão em casa. Estou acostumada a cuidar de mais de uma criança e nas idades de 0 a 13 anos, a cuidar de crianças doentes. 


These are my main experiences, ones that I can use in my application, but I also help neighbors and close friends when they need somebody to babysit.  I am very cheerful at family parties, painting faces and coordinating games.  I entertain my sister’s friends when they come to our house.  I am used to taking care of more than one child between the ages of 0 to 13 years old, and to take care of sick children.


Espero que em meu ano como Au Pair eu faça amizades para a vida toda e aprenda muito. Estou animada para vivenciar essa cultura incrível.


Now I’m excited waiting for your contact. Certainly we have a lot of good ideas and experiences to share.


Hope to hear from you soon!


Thank you!


Best regards,


Daiane


I hope that in my year as an Au Pair I make lifelong friendships and that I learn a lot.  I am excited to live in and be a part of this amazing culture.


Now I’m excited waiting for your contact. Certainly we have a lot of good ideas and experiences to share.


Hope to hear from you soon!


Thank you!


Best regards,


Daiane




quinta-feira, fevereiro 13, 2014

Au Pair | Meu Video do Application


Já está online no Canal do Blog meu Video do Application.

Apesar de não ter saído como eu sonhei, gostei muito do resultado e não tive problemas para achar uma família.

Aceito opiniões e criticas e estou disponível se tiverem duvidas.

:)


segunda-feira, fevereiro 10, 2014

Cozinhando | Melhor site de receitas


Uma das minhas grandes paixões é cozinhar. Adoro passar o dia cozinhando para amigos e parentes e fazendo seus pratos (e os meus) favoritos.

Quando você pega a prática, consegue seguir qualquer receita. Por isso hoje vim compartilhar meu site favorito de receitas e algumas fotos de pratos que fiz.

O site Tudo Gostoso tem todo tipo de receita. Você pode buscar por categorias, postar as suas, ler comentários e avaliações e muito mais.


Você pode logar com o Facebook ou fazer um breve cadatro e montar seu próprio livro de receitas.



Você pode acompanhá-los no Facebook e no YouTube  com dicas de receitas novas diariamente.

E ainda carregá-los no celular. 
 

Pela iTunes e pelo Google Play

Agora segue as minhas receitas.


Strogonoff de Frango
Brigadeirão e Torta de Frango com Requeijão
Deu água na boca?

quinta-feira, fevereiro 06, 2014

Foto | Um dia no Ibirapueta


Hoje vim compartilhar essas belas fotos que tirei em uma passeio que fiz.

Geralmente eu não tenho alguém para tirar fotos minhas. Ficar na frente da câmera foi um pouco constrangedor no começo, mas eu adoro uma bela foto e logo o resultado foi melhorando.

Espero que gostem :)






O Parque do Ibirapuera é lindo e cheio de belas paisagens para suas fotos.

Bar | Por trás do balcão

Foto tirada atrás da cabine do DJ


Você já se perguntou como é a vida de um bartender? 

Já parou para ouvir as dezenas histórias que eles tem pra compartilhar?

Já imaginou quão dura essa profissão pode ser?

Bom, eu trabalho como bartender a 1 ano e meio. Tenho muito orgulho dessa minha segunda profissão!

Hoje vim trazer um pouco sobre esse mundo.
Pronta para começar a noite (de preto e social)

As fotos abaixo são um bom exemplo de como é um bar por dentro. Nesse caso, bar de uma grande casa noturna de São Paulo.










Claro que cada casa é uma casa, cada bar um bar. Mas gostaria de ressaltar a organização, a limpeza e o cuidado na montagem do bar. Isso facilita muito o trabalho durante a noite.

O que vocês acham?

Au Pair | Jogos de boneca para brincar no Skype

Quando eu fiz skype pela primeira vez com minhas Kids eu fiquei muito preocupada com de que jeito que iria entreter uma baby de 7 meses e uma menina de 3 anos.

Pedi no grupão umas perguntas básicas (sobre a cor favorita, boneca, brincadeira, musica, comida etc).

Crianças tão pequenas não se liga muito em conversa, ela mal vai prestar atenção nas perguntas.

Então o que me ajudou foi esse jogo de vestir.

Procurei pela imagem no google e peguei mas melhores, imprimi em papel cartão e cortei.

Não deu pra mostrar muito por skype porque minha mais velha estava mais interessada em me mostrar o quarto dela. Mas serviu pra quebrar o gelo com os pais. E logo depois do skype ao invés de mandar o típico "e-mail de agradecimento" mandei as imagens para que a mãe imprimisse para ela.

Segue as imagens que eu usei!




 


A ideia principal era fazer o jogo de vestir com as fotos. Mas eu não tinha tempo suficiente para fazer manualmente. Tentei fazer pelo computador, mas como eu não tinha boas fotos, o resultado foi desastroso... Mas muito engraçado. Mandei todos para a Host mom! E ela me respondeu com o pedido de match. Sorte não?
 


 



Abertura do Canal no YouTUbe



Já está online no Canal do Blog a abertura dos próximos vídeos.

Espero que gostem e acompanhem!

Tentei unir todos os assuntos do Blog.

:)


quarta-feira, fevereiro 05, 2014

Livro | A Última Dor - Capitulo 2




Todos os capítulos estão nesse link.

A viagem de avião foi lenta e entediante! Dormi a maior parte do tempo. Não comi nada do que me ofereceram (mesmo que na primeira classe servissem coisas ótimas!). Minha avó também não pareceu confortável, pelo menos ela comeu, mas não me perguntou por quê não comi. Talvez morar com ela, não vá ser tão ruim como pensei. A falta de atenção por parte dela pode ser favorável nesse lance de ser invisível.
Saímos do aeroporto e seguimos em um táxi. Sentei-me no banco de trás com minha avó. Foi uma sensação estranha! Meu estômago embrulhou, e me deu um frio na barriga seguido de um aperto no coração, minha cabeça rodou, ficou ligeiramente mais leve e veio na minha mente flashes de todo o acidente. Nada que eu já não tivesse visto. Isso me incomodou. Comecei a escrever em um caderno para ver se ajudava, mas as lembranças não revelaram nada, só a mesma sequência: O carro, a luz, o olhar... O aperto, a dor e a escuridão. Será que eu sentiria isso toda a vez que entrasse em um carro? Ou seria questão de costume? Acho que não, já que andei de taxi em Copacabana e não me senti tão mal.
Perdida em devaneios (e conversas internas comigo mesmo), a viagem de carro foi menos desconfortável. Pela janela percebi que o tempo estava agradável. Era fim de tarde, o sol estava se pondo e a temperatura estava agradável. Um fim de tarde quente e um começo de noite fria. Por enquanto seria outra coisa para me acostumar, o clima! Que saudade do Brasil!. Deixei boa parte das roupas para o calor e trouxe comigo as roupas mais quentes. Minha avó disse que eu teria que ir as compras – isso ia ser bom – montar um guarda-roupa novo, próprio para o novo país! Guarda-roupa novo eu posso aguentar fácil (mesmo as lembranças do acidente não me deixando pensar em outra coisa). Mas não vou mais falar português, não vou mais usar os mesmos tipos de roupas. O que mais? Com certeza ainda vou adicionar muito a esta lista.
O carro parou em frente a uma casa que no Brasil seria considerada como uma pequena mansão. Não sei o que ela é considerada aqui e sinceramente, não estava a fim de descobrir.
- Chegamos! – disse-me ela.
Eu não a ouvi muito nesses dias em que estivemos juntas, nossas conversas não passavam de "Está pronta...?" "Podemos ir...?" “Cadê você?” por parte dela e "Sim senhora!" "Estou sim!" da minha. Sem contar às vezes em que ela reclamava do Brasil: "Não sei como conseguem viver nesse país, tão quente, tão atrasado...". Ela não se conformava que 100% do país não falasse inglês, o que a deixou desorientada. Que culpa os brasileiros têm de ela não falar português?
Não tentei defender o país – por mais que eu quisesse, e teria muitos argumentos a meu favor – não seria o modo certo de começar nossa relação. De uma hora para outra essa completa estranha se tornou a minha única família.
Acho que não descrevi minha avó, não é?! Bom... Ela é uma coroa até simpática. Desde a morte do meu avô, – de acordo com minha mãe – passou a viver a vida de uma forma mais reservada. Seu cabelo é preto, grosso, bate no ombro, liso com as pontas para dentro – pelo menos foi esse o penteado que ela usou desde o primeiro dia que a vi. Corpo pequeno e formas medias e proporcionais. Tem olhos azuis escuros como os meus e parece ter muita classe ou o nariz bem empinado.
Fisicamente até que somos parecidas. Tenho o mesmo cabelo preto, porém o meu é mais fino com cachos abertos ondulados que vão das costas as pontas – herdei-os do meu pai. Tenho os mesmos olhos e a mesma pele branca herdada da minha mãe, ou no caso da minha avó. Nesse momento minha pele está ligeiramente bronzeada, resultado de morar a beira mar (vamos ver até quando vai durar).
Descemos do carro e aos poucos levamos minhas coisas para dentro – metade chegaria dia seguinte por correio.
Por fora a casa era branca com muitas (quatro) janelas de vidro, o jardim era verdinho com algumas flores silvestres plantadas em formas retangulares e com muitas luzes semelhantes à pisca-pisca espalhadas por todo ele. Não havia portão. Apenas um caminho de concreto entre a grama e ao lado para a garagem, e um retângulo de metal pendurado numa vareta – caixa de correio. 
Por dentro era amplo e aconchegante. Na sala havia uma lareira em mármore. As paredes eram brancas, com lindos quadros pendurados, a maioria releituras de Monet – minha mãe procurou me instruir de muitas maneiras, por isso os identifiquei. Havia um sofá grande branco com almofadas vermelhas e um tapete felpudo para combinar com a decoração. Dava para ver a cozinha de relance, aparentemente bem equipada, toda em inox – não é um lugar que eu pretendia ficar para descrever melhor. A escada era cumprida, com degraus brancos e um corrimão marrom – combinando com as portas duplas de entrada. Havia aqueles tapetes de escada, que só pegam o centro dos degraus na cor vermelha – combinando com as almofadas.
Aparentemente Dona Catherine tinha bom gosto e muita classe.
Percebendo minha expressão e meus devaneios sobre sua casa ela perguntou.
- Gostou?
Parece que com ela não haveria diálogos muito cumpridos no máximo algumas palavras.
- Sim, é agradável! – achei melhor não usar de gírias na frente dela, caso contrário eu diria "Maneiro!"
Meu comentário a agradou. Foi bom tela deixado contente. Mesmo que tenha sido por um motivo banal.
Vendo que eu não falaria mais nada, ela começou a fazer o papel de anfitriã.
- Bom aqui é a sala, por ali é a cozinha – ela foi apontando – e a lavanderia. Alguns dias por semana a faxineira vem para fazer a limpeza. Deixe as roupas sujas em frente ao quarto, que elas serão lavadas e passadas.
- Sim senhora! – como eu disse não me preocuparia com nada.
- Os quartos são limpos uma vez por semana, então não deixe objetos pessoais jogados para que não se percam...
- Na verdade... – eu a interrompi – Não me importo de limpá-lo eu mesma!
Era o melhor para mim. Não queria uma estranha mexendo nas minhas coisas. Além disso, fazia isso no Brasil e não me importava. Isso me manteria ocupada e faria lembrar-me da minha antiga vida.
Dona Catherine encarou-me como se eu estivesse enlouquecido. Vendo que não era loucura, respondeu:
- Como quiser! – ela pareceu um pouco confusa, mas deu de ombros e continuou – o café da manhã é servido às 7, o jantar as 19, o seu quarto é por aqui...
Ela começou a andar e eu a segui. Confesso que não estava muito ansiosa para conhecê-lo (outro item para minha lista). Por mais que eu tivesse trazido metade do meu antigo quarto comigo (objetos decorativos, frufrus e bugigangas que adoro) não era a mesma coisa. Não era o meu quarto. Não era minha casa. Não era minha vida! Pelo menos, não ainda.
O quarto que ela me indicou ficava no fim do corredor. Não era gigantesco, nem minúsculo – era maior que o meu antigo. As paredes eram brancas, com uma enorme janela de vidro afundada em paredes grossas com a parte de baixo acolchoado para se sentar. Um carpete bege clarinho cobria o chão, com duas portas que davam acesso a outros lugares. Só havia uma cama de solteiro com uma colcha branca. Uma escrivaninha com um abajur e uma poltrona estofada na cor bege mais escuro. Para mim, pareceu um quarto de hóspedes.
- Eu não tive tempo de prepará-lo – disse-me – tudo aconteceu muito rápido... Suas aulas só começam na segunda – era quarta-feira primeiro dia do mês– então você pode mudar o que quiser. Contratei uns pintores, eles virão na sexta. As tintas estão na garagem tomara que goste das cores, se não podemos mudar...
- Não, se a senhora as escolheu, então provavelmente vão me agradar!
  Ela deu um meio sorriso. Senti-me culpada. Ela me queria bem! Queria que eu me sentisse em casa, queria minha companhia, e eu pensando mal, pelo amor, ela era minha avó! Óbvio que me queria bem! Não é?!
- Vou deixar você à vontade.  Vou lhe preparar um lanche, como você não comeu no avião deve estar faminta – então ela notou! – suba só com o essencial, o resto você pode trazer para cá quando terminar de arrumar o quarto!
- Tudo bem!
 Ela saiu do quarto.


Minha avó desceu para o térreo me deixando sozinha no meu novo quarto. Peguei a bolsa que eu tinha subido comigo e tirei meu nécessaire de banheiro com escova, pasta, xampu, sabonete e etc. Segui até o banheiro – que deduzi ser na outra porta. Era agradável! Todo em azulejo branco, com rosas em azul bebê pintadas alternando. Era amplo para quarto de hóspede. Tinha uma banheira e um espelho que ia do teto ao chão. Pequenas luzes no mesmo tom de azul espalhados pelo banheiro todo. Ao lado da banheira tinha pequenas prateleiras com velas coloridas e vidrinhos perfumados – sais de banho. Como eu disse bem agradável!
Depois de admirar meu banheiro – no Brasil o meu não era tão estiloso – deixei a nécessaire sobre a pia e coloquei cada coisa em seu lugar. Depois de esvaziá-la, voltei ao quarto e segui para meu novo companheiro, o closet.
Não era grande coisa, um cômodo de 2x2m. De um lado tinha lugar para pendurar cabides e dezenas deles vazios, do outro, prateleiras para colocar sapatos. Tinha uma pequena luz de teto. Guardei as duas mudas de roupa que eu tinha subido – não me dei o trabalho de pendurá-las, coloquei nas prateleiras mesmo – e fui para o banheiro.
Eu não percebi até aquele momento o quanto eu deveria estar cansada, levando em conta a exaustiva viagem, a má alimentação e o estresse emocional. Mas por mais que eu soubesse disso, meu corpo não dava grandes sinais de cansaço, assim como não dava sinal de fome... Que ótimo! Outro problema para pensar depois: “Meu corpo está dando chiliques por mim!”
Essa certamente seria uma preocupação para depois, com certeza iria passar em alguns dias, era só o estresse da mudança de vida.
Despi-me lentamente, sem pressa – esses dias já tinham sido apressados o suficiente. Coloquei as roupas no cesto e encarei o espelho gigante. Meu corpo não tinha mudado com toda essa tragédia. Nenhuma cicatriz ou marca – tinham ficados uns hematomas, mas já estavam sumindo. Estava tudo no lugar, e esse era o problema! Se eu continuasse com a falta de apetite, provavelmente ia virar anoréxica – a diferença era que, eu não queria emagrecer.
Como isso ia me incomodar! Sempre adorei meu corpo, não tenho nenhuma gordura fora do lugar – devido à vida cheia de esportes que eu levava no Brasil – minha cintura é fina, tenho as "curvas brasileiras". Perder, nem que fosse uma das medidas, não iria me agradar! Por isso, se meu corpo não ia me lembrar de fazer refeições, eu o faria por ele! Era só não se esquecer de comer, fácil! Esse problema não era assim tão complicado – mas se persistisse eu procuraria um médico.
Desliguei-me um pouco da minha aparência e fixei meu olhar nos meus olhos. Havia algo errado. Algo em mim estava muito diferente. Meus olhos não estavam expressivos e brilhantes como sempre foram... Não, eu definitivamente não era a mesma Liza de antes, eu estava mudada, mas não para bem, eu estava com meu coração atolado em dor, e isso se refletia claramente. Eu me conhecia bem o bastante para saber que eu, não era mais eu mesma e não fazia ideia de como trazer a velha Liza de volta.
Depois da minha análise em frente ao espelho. Fui para o chuveiro. A água estava perfeita, a temperatura relaxou meus músculos eu comecei a sentir um pouco do cansaço – 1/3 do que eu devia estar sentindo.
 Tomei um banho rápido e lavei o cabelo. Desliguei o chuveiro e me sequei, quando eu quisesse demorar, usaria a banheira, afinal era para isso que ela estava ali!
Vesti minha calça xadrez duas vezes maiores que eu – própria para dormir – e minha regata preta (vai saber em que mala estava meu pijama!). Penteei o cabelo e fui para o quarto
Não tinha televisão, então fui atrás dos meus livros – sorte que coloquei alguns na bolsa – todos de autores brasileiros.  Isso me manteria ligada a minha cultura, ou talvez só dificultasse a minha habitação. Não importa! Peguei um de Pedro Bandeira e comecei a folhear para passar a parte que eu já tinha lido, foi quando minha avó bateu na porta – mesmo estando aberta, – trazendo uma bandeja. Fechei o livro e o coloquei embaixo do travesseiro e dei sinal para que entrasse.
- Fiz um sanduíche para você – ela começou – espero que goste de peito de frango!
- Frango... É bom, obrigada!
Esperei que a fome viesse, mas não veio. Que droga! Teria que comer sem fome, e isso não é muito agradável.
Minha avó colocou a bandeja na ponta da cama e começou a se retirar. Eu esperava – torcia na verdade – que ela ficasse para ver se eu comeria, ou se iria gostar, isso me daria um incentivo para engolir. Mas ela estava me dando espaço, talvez para que não me sentisse pressionada, talvez para fazer outra coisa que ela tinha planejado, ou porque ela não gostava de ficar muito tempo na minha presença. Não me importava qual delas era! Tinha algo que eu precisava dizer!
- Hamm...?
Ela virou para me olhar.
- Sim?
Era a primeira vez que me dirigia diretamente a ela.
- Não sei exatamente como te chamar...
Ela pareceu pensar por um minuto.
- Bom, sou sua avó não sou? O que os vizinhos dirão se você me chamar pelo nome como você fazia no Brasil?
- Não foi isso que eu...
- Tudo bem, eu entendo. Chame-me de vó Ok?
- Certo!
Ela virou-se, mas eu intervir
- Hamm, vó?
- Diga...!
Eu tinha várias perguntas para ela, mas pelo sim e pelo não fui ao ponto principal.
- Só... Obrigada... Por tudo!
Pelo seu rosto passou muitas expressões. A que permaneceu foi a de afeto. Particularmente eu nunca fui boa em ler expressões, mas depois do acidente fiquei muito boa nisso. Acho que aguçou meus sentidos ou minha sensibilidade, não importa! (tenho dito muito “Não importa!). Ler expressões era muito útil com a minha avó, considerando que ela não falava muito. Seus olhos ternos se encontraram com os meus pela primeira vez desde que a encontrei.
- Não há de que Eliza é o meu dever de avó! Não precisa descer a bandeja amanhã a empregada recolhe! Tenha uma boa noite!
Acenei com a cabeça e dei um sorriso. Ela acenou com a cabeça e saiu
Se eu estava confusa daquele jeito, ela também devia estar afinal à vida dela mudou da mesma forma que a minha. Mais um motivo para manter as aparências – de ser a forte, a equilibrada e a sofisticada – tudo que deixasse a vida dela mais fácil, e a minha mais difícil!
Também fiquei um tanto... Invocada com o fato de ela ter me chamado de "Eliza". Quando me chamam formalmente, usam “Elizabeth”, os amigos muito íntimos usam “Liza”. É a primeira vez que me chamam de “Eliza”! Então ela não queria ser nem formal, nem íntima, ficando entre os dois – ela fez isso sem saber que estava fazendo. Não a culpo, eu mesma me sinto estranha por chamá-la de "vó" e não ia ser bom chamá-la de Dona Catherine – que é como eu queria – como se ela fosse uma completa estranha. Só que ao contrário dela eu não tinha uma alternância, que chatice!
Parei de me preocupar com essa bobagem e comecei a... Degustar meu sanduíche – se é que se pode dizer isso. Prometi a mim mesma que comeria tudo que ela tivesse trazido o que quer que fosse. Por sorte era o sanduíche, suco de laranja e um pedaço de melão.
Aos poucos fui forçando e engolindo, o suco ajudou bastante. Levei o dobro do tempo que eu levaria, mas eu consegui, comi 2/3 de tudo. Teria comido mais, mas senti meu estômago estranho e achei melhor não forçar.
Juntei a bandeja e levei para a cozinha. Eu poderia deixar no quarto como ela disse, mas eu estava entediada. Coloquei a bandeja em cima do balcão de mármore preto e lavei o prato e o copo – mesmo tendo notado a enorme lava-louça. Enrolei o máximo que pude e então, subi para o quarto.
Queria protelar a hora de dormir, então, resolvi dar boa noite para minha avó. Andei em direção ao seu quarto – que ficava uma porta antes do meu. Antes que eu batesse e pedisse passagem, fui paralisada por um choro, o choro dela, da minha avó! A porta estava entre aberta. Espiei pela brecha, ela estava sentada numa poltrona de costas para a porta, ao seu lado havia um porta-retratos com a foto da minha mãe. Agora deu pra entender o motivo de choro, ela estava sofrendo como eu, e tentava ser forte para mim, como eu tentava para ela e só se permitia chorar as escuras. Era difícil vê-la sofrendo assim, afinal de contas, ela era minha avó e eu teria que aprender a amá-la.
Eu não precisava de mais sofrimentos agora. Já doía bastante o fato de nunca mais poder ver meus pais, não precisava ficar ali ouvindo seu momento de fraqueza.
Voltei de fininho para meu quarto e me joguei na cama. Não tinha mais nada para fazer a não ser dormir – depois do que ouvi não conseguiria me concentrar em um livro.
Desde o acidente eu tinha dormido a base de analgésicos para a dor. Eles me entorpeciam e eu dormia rapidamente sem sonhos, simplesmente apagava até de manhã. Hoje seria a primeira noite sem eles e sinceramente, não estava ansiosa para saber qual seria meu sonho – com certeza desagradável.
Uma hora teria que dormir! E essa hora tinha chegado!
Apaguei a luz e fechei os olhos. E sem pensar em algo, apenas sentindo a dor no meu peito, cai em um choro baixo que aos poucos tentava lavar minha alma dessa escuridão que agora me consumia.
Sem me dar conta, fui caindo no sono, não procurei pensar em nada – só ia facilitar os pesadelos – mas aparentemente... Não adiantou muito.